Dólar fecha em leve alta diária, mas registra queda semanal e vai a R$ 5,41
Dólar fecha em leve alta diária, mas registra queda semanal e vai a R$ 5,41
A moeda norte-americana chegou a recuar durante a manhã, acompanhando um movimento global de menor força. Ao longo do dia, teve dificuldade para definir uma trajetória clara, mas no final do pregão registrou uma pequena valorização frente ao real, em linha com o observado em outros mercados de pares cambiais. Segundo operadores, não houve um motivo específico para essa reversão em relação ao movimento global. Durante a sessão, os agentes financeiros permaneceram atentos ao cenário eleitoral, embora nenhum evento forte o suficiente tenha ocorrido para dar um direcionamento mais significativo à taxa de câmbio. O fluxo de capitais também foi um ponto de atenção, já que na próxima semana é esperado o início de uma saída mais intensa de dólares do país.
Com o fim das negociações, o dólar à vista encerrou o dia com alta de 0,11%, cotado a R$ 5,4105, após ter tocado a mínima de R$ 5,3794 mais cedo e atingido a máxima de R$ 5,4254. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,41% frente ao real, em um movimento de alívio na percepção de risco eleitoral. O euro comercial valorizou 0,14% no dia, fechando a R$ 6,3534, enquanto na semana sua alta foi de 0,45%.
No início da sessão, o dólar operava estável, mas ainda nas primeiras horas passou a cair frente ao real, chegando a negociar abaixo de R$ 5,40. Operadores não identificaram um motivo específico para essa queda, apontando apenas que o movimento estava alinhado com o cenário externo e com a valorização de outras moedas de mercados emergentes e de países exportadores de commodities.
Os agentes de mercado também continuaram monitorando as pesquisas eleitorais. Com alguns levantamentos indicando uma disputa mais competitiva, pode ter ocorrido um alívio em parte dos prêmios de risco pela manhã, que depois se dissipou. No fim da semana passada e começo desta, o risco havia sido incorporado aos ativos domésticos, diante do anúncio de uma pré-candidatura à Presidência.
Para um diretor de uma corretora, ainda há uma percepção no mercado de que, até o Carnaval, o pré-candidato deve desistir de sua candidatura. ‘Há um espaço para voltar a assumir risco com base nessa crença. Se isso vai se confirmar ou não, só vamos descobrir em dois meses. Mas há uma corrente forte no mercado financeiro de que a candidatura não será mantida. As consultorias se dividem, mas o fato é que os preços estão reagindo como se ele não fosse continuar’, afirma.
O executivo também destaca o movimento esperado para o câmbio na próxima semana. Normalmente, a pressão de saída de dólares em dezembro ocorre a partir de meados do mês e nos últimos dias, daí a ansiedade do mercado para os próximos dias. ‘Sabemos que há clientes que precisam comprar dólar para antecipar compromissos. Então, a região de R$ 5,35 tem um suporte para compra de curto prazo. Perto de R$ 5,35 e R$ 5,40, para quem precisa comprar, é o momento, mas é algo de curto prazo. Pode demorar um pouco para isso mudar [o dólar cair mais]’, diz.
Já a equipe de pesquisa para mercados emergentes de um grande banco europeu afirma, em nota, que, no curtíssimo prazo, a realização de lucros de fim de ano pode dificultar a recuperação do real. ‘Dito isso, consideramos as avaliações atuais do real como atrativas, apesar de nossa expectativa de um aumento moderado na volatilidade da moeda e de uma compressão do carry nos próximos anos’, afirmam. ‘Os preços atuais de mercado sugerem possíveis pressões de valorização sobre o real caso haja surpresas positivas nas evoluções políticas ou nos resultados das pesquisas eleitorais’, completa o banco, que mantém posições defensivas envolvendo o real em sua estratégia para a América Latina.
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