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Quando a renda fixa pode ser mais arriscada do que parece

Quando pensamos em investir, geralmente associamos a renda fixa a uma opção segura, tranquila e estável. Afinal, ela costuma oferecer previsibilidade nos retornos e um risco menor em comparação com a renda variável. Mas será que essa fama de “segurança total” é sempre verdadeira? Neste artigo, vamos explorar os momentos em que a renda fixa pode ser mais arriscada do que parece, ajudando você a entender melhor os riscos envolvidos e a tomar decisões de investimento mais conscientes e seguras.

O que é renda fixa e por que ela é considerada segura?

Antes de mergulharmos nos riscos, vale a pena recapitular o que é renda fixa. Basicamente, investimentos de renda fixa são aqueles em que você empresta seu dinheiro para um governo, banco ou empresa, recebendo de volta esse valor acrescido de juros em datas pré-determinadas. Alguns exemplos comuns são títulos públicos, CDBs, LCIs/LCAs e debêntures.

Ela é considerada mais segura principalmente porque os pagamentos (juros e principal) muitas vezes são conhecidos previamente, ou seja, você sabe aproximadamente quanto vai receber e quando. Além disso, investimentos como os títulos do Tesouro Direto são garantidos pelo governo federal, aumentando ainda mais a sensação de segurança.

Riscos por trás da renda fixa: o que muita gente não percebe

Porém, essa tranquilidade pode esconder alguns riscos importantes que, se não forem compreendidos, podem trazer surpresas desagradáveis. Vamos falar sobre os principais:

1. Risco de crédito (ou risco de inadimplência)

Nem todo emissor de renda fixa é o governo federal. Muitas vezes, as instituições financeiras ou empresas tomam dinheiro emprestado via títulos. Se essas empresas enfrentam problemas financeiros, podem atrasar ou até não pagar a dívida. Isso significa que seu dinheiro pode estar em risco.

Por isso, é fundamental avaliar a qualidade do emissor e buscar investimentos com boa classificação de risco, ou “rating”.

2. Risco de mercado e variação da taxa de juros

A renda fixa não está imune às oscilações do mercado. Os preços dos títulos podem variar conforme a taxa de juros sobe ou desce. Se você compra um título hoje e decide vender antes do vencimento, pode receber menos do que investiu, caso as taxas tenham aumentado desde a compra.

Este risco é especialmente relevante para títulos pós-fixados indexados à taxa Selic ou CDI, pois o rendimento oscila com as taxas, e títulos prefixados sofrem mais com a alta dos juros.

3. Risco de liquidez

Alguns investimentos em renda fixa podem ter baixa liquidez, ou seja, dificultam a venda rápida sem perder dinheiro. Se você precisar resgatar o dinheiro antes do prazo, pode acabar com prejuízo.

Portanto, é importante conhecer as regras do investimento e planejar os resgates.

4. Risco de inflação

Mesmo em investimentos que parecem seguros, seu poder de compra pode ser impactado pela inflação. Se a inflação está alta e o rendimento do seu investimento não acompanha esse aumento, o que você ganha pode valer menos no futuro.

Isso acontece bastante em investimentos prefixados ou com rendimento fixo muito baixo.

Quando esses riscos ficam mais evidentes?

Agora que identificamos os principais riscos, quando exatamente eles aparecem de forma mais intensa?

  • Em períodos de alta taxa de juros: Como as taxas sobem, os preços dos títulos prefixados caem. Se você precisasse vender esses títulos antes do vencimento, teria prejuízo.
  • Quando a inflação dispara: Títulos que não protegem contra a inflação podem fazer você perder dinheiro no “poder de compra”.
  • Em investimentos com emissores menos sólidos: Cuidado com debêntures e CDBs de instituições com menor credibilidade, maior chance de inadimplência.
  • Se precisar do dinheiro antes do prazo: Por isso sempre planeje sua reserva de emergência e investimentos com liquidez adequada.

Como se proteger e investir de forma mais segura na renda fixa?

Felizmente, com alguns cuidados simples, você pode reduzir bastante esses riscos e aproveitar os benefícios da renda fixa sem sustos:

  1. Conheça seu perfil e objetivos: Saber para que você está investindo e o prazo ajuda a escolher os títulos mais adequados.
  2. Diversifique seus investimentos: Não coloque todo o dinheiro em um único tipo de título ou emissor.
  3. Prefira emissores seguros: Priorize títulos do Tesouro Direto e instituições financeiras bem avaliadas.
  4. Evite vender títulos antes do vencimento: Assim, você deixa de se expor ao risco de oscilações no preço.
  5. Acompanhe a inflação e a taxa Selic: Invista em papéis atrelados a esses índices para proteger o rendimento.
  6. Tenha uma reserva de emergência liquida: Para casos de necessidades inesperadas, para não precisar resgatar investi­mentos com perdas.

Conclusão

Embora seja comum pensar na renda fixa como uma escolha sempre segura, a realidade é que ela também envolve riscos que podem impactar seus investimentos, dependendo do contexto econômico e das características do título. Entender esses riscos, como o risco de crédito, liquidez, mercado e inflação, é fundamental para tomar decisões mais informadas e alinhadas aos seus objetivos.

Com planejamento, diversificação e atenção às condições do mercado, a renda fixa pode continuar sendo uma ótima opção para quem busca equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Lembre-se: conhecimento é o seu maior aliado na hora de investir!

Quer descobrir quais títulos de renda fixa são mais indicados para seu perfil e como montar uma carteira diversificada e segura? Não deixe de acompanhar nossos conteúdos e fique por dentro das melhores dicas para investir com tranquilidade!

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