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Insatisfação com alta de impostos e gastos impulsiona crescimento da direita no Reino Unido

A insatisfação dos britânicos com o governo de Keir Starmer, do Partido Trabalhista, está se tornando cada vez mais evidente nas pesquisas de opinião. Após assumir o poder em julho do ano passado, prometendo um governo centrista e pragmático, a avaliação negativa do primeiro-ministro disparou de 43% para 76% em pouco mais de um ano, segundo dados recentes da YouGov. A taxa de aprovação do governo como um todo caiu para cerca de 10%, marcando uma das maiores quedas de popularidade já registradas para um novo premiê.

Este cenário de descontentamento tem fortalecido a oposição, com destaque para Nigel Farage e seu partido, o Reform UK. A legenda, que defende a contenção de gastos públicos, redução de impostos e restrições à imigração, emergiu como a maior força de oposição nas intenções de voto. Pesquisas recentes mostram o Reform UK com 31% das intenções, à frente dos tradicionais Partido Conservador (20%) e Partido Trabalhista (14%).

A frustração popular tem raízes em questões comuns a várias democracias ocidentais: alto custo de vida, crescimento econômico fraco, sensação de insegurança e imigração. Farage, frequentemente comparado a figuras populistas, capitaliza essa insatisfação com os políticos tradicionais.

Em contraste, o governo trabalhista tem sido criticado por sua política fiscal. A chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, apresentou orçamentos que aumentaram impostos em cerca de £ 70 bilhões (2% do PIB) e prometeram gastos extras de aproximadamente £ 80 bilhões. A carga tributária deve atingir 38% do PIB, o maior patamar da história do país, com aumentos em tributos sobre dividendos, renda, propriedades e apostas. A estratégia de elevar a arrecadação sem corrigir adequadamente a tabela do Imposto de Renda deve impactar principalmente a classe média.

Com a próxima eleição geral prevista para 2029, a baixa popularidade pode colocar o governo em risco muito antes. As eleições locais de maio, onde o Reform UK lidera em vários distritos, servirão como um termômetro crucial. Uma derrota expressiva dos trabalhistas pode abalar a liderança de Starmer dentro de seu próprio partido. Há relatos de que Farage já negocia acordos, incluindo uma possível fusão, com o Partido Conservador para a próxima disputa nacional, indicando uma reconfiguração significativa do cenário político britânico.

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