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Pesquisa com deputados revela mudanças na percepção sobre cenário político e econômico

Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest com parlamentares da Câmara dos Deputados mostrou uma alteração significativa na percepção sobre o cenário eleitoral para 2026. Em comparação com o levantamento de junho, aumentou a percepção entre os congressistas de que o atual presidente é o favorito para a próxima disputa presidencial.

Atualmente, 43% dos deputados consideram o presidente o mais forte, enquanto 42% apostam em um candidato da oposição — cenário considerado de empate técnico. Há seis meses, 35% apontavam o atual mandatário, e 50% viam um opositor como favorito.

Analisando por posição política, a aposta no presidente saltou de 85% para 94% entre os que se declaram governistas e de 23% para 40% entre os independentes. Entre os de oposição, o índice se manteve em 5%, enquanto a avaliação do favoritismo de um candidato opositor oscilou de 93% para 91%.

Foram ouvidos 167 deputados federais (33% do total), de todas as regiões do país, entre os dias 29 de outubro e 11 de novembro, com entrevistas presenciais e virtuais. A margem de erro estimada é de 7 pontos percentuais. Segundo autoclassificação dos entrevistados, 43% são de direita, 28% de centro e 24% de esquerda.

A avaliação do governo também apresentou recuperação. Na pesquisa anterior, de junho, 46% tinham avaliação negativa e 27%, positiva. Agora existe um empate: 40% avaliam o governo negativamente e 38%, positivamente. A mudança foi impulsionada pelos deputados independentes. Dentro desse grupo, a avaliação negativa caiu de 44% para 24% e a positiva subiu de 8% para 21%.

O estudo mostrou ainda que 58% dos parlamentares acham que o apoio de um ex-presidente ‘mais ajuda’ o candidato da oposição, enquanto 25% consideram que ‘mais atrapalha’. Para 42%, um candidato da oposição pode ser eleito sem esse apoio, e 42% pensam o contrário.

O percentual dos que avaliam que o ex-presidente deveria abrir mão da candidatura se manteve em 51%, no intervalo entre os dois levantamentos.

Ainda sobre 2026, 83% dos deputados responderam que pretendem ser candidatos à reeleição, e 6% disseram que tentarão outros cargos. Apenas 4% não devem concorrer no ano que vem.

Imagem do presidente da Câmara

Segundo a pesquisa, recuou de 68% para 55% a avaliação positiva do atual presidente da Câmara. Já a negativa saiu de 6% para 13%, e a regular passou de 25% para 30%.

A diferença de 13 pontos percentuais na imagem positiva surge num momento em que sua condução é questionada por setores da esquerda, da direita e do Centrão, enquanto ele busca manter o controle político da Casa.

Entre os independentes, o recuo na avaliação positiva foi de 82% para 70%; entre os governistas, de 77% para 44%. Na oposição, o resultado ficou estável, oscilando positivamente de 47% para 49%.

Relação do Executivo com o Congresso

A relação entre governo e Congresso continua avaliada negativamente por 50% dos deputados, índice próximo dos 51% de junho. Entre os independentes, no entanto, a avaliação negativa teve um freio, com recuo de 65% para 44%.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais é a interlocutora mais efetiva no governo, na opinião de 21% dos deputados (eram 12% em junho), seguida pelo ministro da Saúde, citado por 5% (eram 9%). O ministro da Saúde deixou em março o comando da pasta que cuida das negociações com o Congresso.

Uma fatia de 35% dos parlamentares respondeu ‘outros interlocutores’, 15% disseram não ter interlocutor no Executivo e 11% não sabem ou não responderam.

A avaliação negativa do ministro da Fazenda passou de 29% em maio de 2024 para 42% na rodada mais recente da pesquisa. A positiva, que era de 48% anteriormente, agora é de 39%.

Para 54% dos deputados, a política econômica do país está indo na direção errada e, para 37%, na direção certa.

Indagados sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), 49% responderam que é negativo (ante 48% há seis meses), 36% que é positivo (ante 27%) e 14% que é regular (ante 18%).

Principal problema do país

Em linha com o que vem aparecendo em pesquisas de diversos institutos, a crise de segurança pública desponta como uma das maiores preocupações no Brasil. A violência foi apontada como o principal problema do país por 43% dos deputados, ante 23% que diziam o mesmo em junho. Com isso, a questão saiu do segundo lugar do ranking e foi para o topo.

Em junho, a lista era encabeçada por economia, com 31% considerando que esse era o principal problema (agora são 14%, o que coloca o tema em terceiro lugar). O segundo item mais citado no levantamento de dezembro, com 19% das menções, são ‘outros problemas’.

Questionados sobre a PEC da Segurança, 49% se dizem a favor e 39% se declaram contra. Em junho, 42% eram a favor e 42%, contra. Para 52%, a proposta de emenda constitucional será votada na atual legislatura; para 39%, não. O apoio a medidas como aumento de pena para integrantes de organizações criminosas supera os 90% entre os entrevistados.

Temas em discussão e meta fiscal

Em relação às propostas em debate na Câmara, as que contam com maior apoio dos deputados são a legislação que regula o trabalho em aplicativos (66%), seguida por tarifa zero (65%). A segunda parte da reforma tributária é apoiada por 60%. O fim da escala 6×1 tem adesão de 42% e rejeição de 45%.

Sobre os caminhos para atingir a meta fiscal, as duas propostas que contam com maior apoio (90%) são a redução dos gastos com supersalários no setor público e o aumento da taxação das casas de apostas online. O aumento da taxação das fintechs é apoiado por 65% e a redução dos benefícios fiscais das empresas, por 58%, índice próximo ao da redução dos gastos com a previdência dos militares (57%).

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