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Preços globais de alimentos caem pelo terceiro mês seguido, aponta relatório da FAO

Os preços mundiais dos alimentos registraram queda pelo terceiro mês consecutivo em novembro, com a maioria dos principais produtos básicos apresentando recuo, com exceção dos cereais, de acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O Índice de Preços de Alimentos da FAO, que monitora uma cesta de produtos alimentícios negociados globalmente, teve média de 125,1 pontos em novembro. O valor ficou abaixo dos 126,6 pontos revisados de outubro, atingindo o patamar mais baixo desde janeiro. A média de novembro também ficou 2,1% inferior ao nível de um ano antes e 21,9% abaixo do pico registrado em março de 2022, após o início do conflito em larga escala na Ucrânia, informou a agência.

O indicador de preços do açúcar da organização recuou 5,9% na comparação com outubro, alcançando o menor nível desde dezembro de 2020, pressionado pelas expectativas de uma ampla oferta global. Já o índice de preços de laticínios caiu 3,1%, marcando a quinta queda mensal seguida, reflexo do aumento na produção de leite e na disponibilidade para exportação.

Os preços dos óleos vegetais caíram 2,6%, chegando à mínima em cinco meses. As quedas na maioria dos produtos, incluindo o óleo de palma, superaram a estabilidade observada no óleo de soja. Os preços da carne registraram diminuição de 0,8%, com as carnes suína e de frango liderando as baixas, enquanto as cotações da carne bovina se mantiveram estáveis. Segundo a FAO, a suspensão de tarifas pelos Estados Unidos sobre importações de carne bovina conteve a recente valorização do produto.

Em sentido contrário, o índice de referência de preços de cereais da FAO subiu 1,8% na comparação mensal. Os preços do trigo avançaram devido ao potencial de demanda da China e às tensões geopolíticas na região do Mar Negro. Os preços do milho foram sustentados pela demanda por exportações brasileiras e por relatos de interrupções climáticas que afetaram o trabalho no campo na América do Sul.

Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO elevou sua projeção para a produção global em 2025 para um recorde de 3,003 bilhões de toneladas, ante os 2,990 bilhões estimados no mês anterior. O ajuste deveu-se principalmente ao aumento nas estimativas de produção de trigo.

A previsão para os estoques mundiais de cereais no fim da temporada 2025/26 também foi revisada para cima, alcançando a marca recorde de 925,5 milhões de toneladas. O aumento reflete expectativas de maiores estoques de trigo na China e na Índia, além de estoques mais elevados de grãos em países exportadores, conforme informou a organização.

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